Archive for junho 2012

O Apocalipse

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NOTA PRÉVIA: Fiz esse texto há um tempinho. Com ele ganhei um concurso Literário e estou em um livro que será lançado mês que vem, em São Paulo. Acho que ele tem algumas coisas que remetem ao movimento e gostaria de dividí-lo com vocês (espero que gostem). Beijo Grande!
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          Que história mais fedida é essa que o mundo acabará em breve, em um possível apocalipse?! Os humanos são mesmo muito tolos, ou cegos, não se sabe. Tolos e cegos, na verdade. Tolos porque ainda esperam que, após o mundo desabado, tudo melhore, descarregando a responsabilidade de fazer algo a favor ou contra; cegos, por que ainda não viram que o mundo já desabou, e feio! O que temos agora é uma carcaça abandonada, cheia de destroços e chuva miúda, caindo devagar, lavando nosso juízo insano.
          O mundo não chegará ao fim, o fim já chegou ao mundo. Chegou com as primeiras notícias de estupro, roubo, politicagem – que faz referência íntima à segunda palavra, homofobia e intolerância religiosa. O mundo já morrera desde que o primeiro homem – ou primeira moça? Cercou um pedaço de terra e gritou: é meu! Mas esta história é bem narrada por outrem, não por mim. Os tolos que estavam ao redor foram tão tolos que permaneceram calados, mas os piores foram aqueles que, invejando tal ação, cercaram seu próprio lugar e gritaram em uníssono: é meu também!
          A dança do fim chegou quando o primeiro homem empossou-se de riquezas materiais e saiu por aí dizendo ser o mensageiro de Deus na Terra, pedindo dízimos e vendendo pedaços da cruz que nem sequer esteve na terra de Cristo, trocando latifúndios no paraíso por pequenas migalhas dos pobres. Este já era o fim, o apocalipse, ou redemoinho, a vilania ou outro qualquer termo que você queira adotar!
          O mundo jaz nas mãos do mal desde quando nós, de dois em dois anos, elegemos um ladrão para tomar partido e poder. Por que de dois em dois anos nós somos forçados a isso! E essa democracia? Que não te dá direito de decidir ou não se você quer votar ou quer ficar em casa vendo o circo pegar fogo. Eu ficaria em casa, comendo pipoca de microondas e assistindo a novela das sete, por que, afinal, somos alienados pelas novelas das uma, duas , três e o escambal de horas!
          O mundo começou a decair quando as pessoas eram mortas por gostarem de outras do mesmo sexo, ou serem queimadas vivas por não terem vergonha de gritar isso bem alto. O mundo morreu quando mendigos passaram a precisar apontar armas em nossas cabeças para que, só assim, pudéssemos olhá-los e gritar: Meu Deus! Por que acima de tudo, nós gritamos Deus somente quando precisamos de verdade. É irônico por que quando se trata de fim de mundo, devíamos gritar por Deus desde que nascemos, mas deixamos isso apenas para o momento de nossa morte, como forma de rendição de pecados selvagens.
          O mundo está acabado querido, e dessa carcaça sobraram destroços e música para que pudéssemos, ousadamente, dançar em cima, pisotear a dor, embrulhar as lágrimas que supostamente agravariam a situação. Nadaremos por aí, rezando as orações decoradas à força, mutilando o resto dos nossos irmãos e dizendo em voz alta, para enganar os cegos e tolos que sobrarem: O mundo vai acabar. E eles vão acreditar! Pois são cegos e tolos para perceber que, na verdade, o mundo já acabou.

Por CLARISSA DAMASCENO MELO

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          Eis que, no tardar da hora, respiro fundo na tentativa frustrada de esquecer uma certa dor que aparece aguda não somente em mim, mas em toda uma legião de alunos fascinados por um professor. Alegres, por um dia terem compartilhado a voz rouca e a alegria contagiante, inconsolados, por terem perdido uma personalidade tão brilhante quanto notada. E este é o típico dia que eu desejaria fortemente não existir. Mas existe e é todo nosso.
          Eu escreveria, se pudesse, um texto para transcrever e traduzir o que não costuma ter tradução: O amor incondicional pelos alunos que, inclusive, por ser recíproco, me coloca a tentar escrever. Mas quando escrevo, surge a teimosia. Por que sei, bem sabido, que jamais será possível traduzir em letras todo um amor que é meu e de todo mundo. Todo um tempo que se foi sem fazer despedida nem hora em nossa porta. Foi assim, de supetão, tudo.
          Eu poderia escrever sobre isso. Sobre o amor que a gente sente. Mas, o sentir amor está bem mais relacionado a se agarrar fortemente em algo ou alguém. Agarramos-nos a Rafael Mendes; porém, condiz mais dizer porque. E... digam-me: Por quê? Será o senso moralista passado em todas as aulas? Ou o típico baianês exaltado? Será, ainda, as performances musicais...? As duras críticas contra a politicagem corrupta e desumana... as injustiças sociais... O desapego nosso pelo lugar em que vivemos? Será o gingado que o mantinha de pé até mesmo na hora de proferir um palavrão? Será o jeito de nos fazer rir? Ou, será ainda, uma reunião disso tudo adicionado a um “mais” subentendido e resguardado?
          Foi-se um tempo não só de admiração, mas de devoção mesmo. Ele entrava na sala e todas as luzes se apagavam. Parecia que ele próprio era a luz que refletia no quadro. Era aula dele por si próprio. E, sabemos todos, ele brilhava sem fazer força.Dava aula olhando nos olhos. Parecia ter certeza de que era amado. Não será sua partida suficiente para nos fazer esquecer daquilo que foi belo. E será belo para sempre.
          O tempo vai passar, e, o que ficará, dentre todas as coisas que importam, é o sorriso sincero, o batuque baiano e a vontade de ver as coisas melhorarem.

Por Clarissa Damasceno Melo



P.S.: Daqui a alguns dias haverá um roteiro fixo para o conteúdo das postagens. Nos próximos, serão divulgados, pedaços por pedaços, um pouco de nossa ideia.
beijos , Até a próxima ! ;)

Um ideal

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Somos um grupo de jovens que luta em prol de uma sociedade melhor, uma sociedade que não sofra com a desigualdade, com a violência, com o ensino de baixíssima qualidade, que batalha contra o mais terrível dos males da região: a estagnação política e o conformismo.

Buscaremos em todas as camadas o apoio necessário para gritar para toda a região que os jovens ainda têm o poder da mudança nas mãos, estamos pra acordar o gigante que é a voz do povo!

Através de caminhadas, protestos e diálogo, o que for necessário para despertar o povo do sono da inércia e alamar os governantes da terrível situação em que vivemos. Por trás deste movimento não existe apenas jovens, existe uma ideia.

Acordemos! Pois o momento é agora, a situação é de decadência. Uma população ignorante é tudo que os canalhas que governam desejam; colocaram-nos de lado em prol de seus interesses particulares. A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso de nosso subdesenvolvimento.

Este não é um problema apenas da região grapiúna, e sim nacional, onde um pequeno grupo de governantes visando somente o poder e o enriquecimento pessoal lesa a vida de milhões de brasileiros. Vozes ecoam ao longe pedindo mudança, unidos numa só causa, num só ideal: seremos fortes! Nossa inteligência será nossa defesa.

Por Carlos Hohlenwerger